Conto erótico - O Entregador Misterioso

Conto erótico - O Entregador Misterioso

Ela não costumava pedir coisas ousadas.
Mas naquela semana... algo mudou.

Entre o cansaço dos dias cinzas, o estresse no escritório e as noites repetidas, decidiu se dar um presente.
Um mimo. Um segredo.

Fez o pedido no site da Carnelian.
Escolheu um vibrador discreto — mas com promessas intensas.

Dois dias depois, a campainha tocou.
Era o entregador. Mas havia algo diferente nele.

Boné preto, óculos escuros, sorriso de canto. Um ar de quem sabe mais do que diz.

Ela recebeu a caixa, agradeceu, mas antes de fechar a porta, ele disse:
— Ah, quase esqueci… isso veio junto.

Entregou um envelope pequeno, bege, sem remetente.

“Desafio:
Antes de abrir a caixa, ligue a playlist indicada neste QR Code.
Feche os olhos.
Sinta.
Depois… tire a tampa.”

Ela riu sozinha. Um bilhete personalizado?
Mas havia algo naquilo…
Na música suave que começou a tocar, na delicadeza das instruções, no calor que subia pelo seu corpo.

Obedeceu.

A luz filtrada da janela deixava sombras suaves nas paredes. O som preenchia o ar como perfume.
Com os olhos fechados, passou os dedos pela embalagem aveludada.

Abriu.
Dentro, um bullet cor vinho — elegante, compacto, com design limpo.
Junto dele, uma pequena embalagem de óleo de massagem com notas de baunilha e âmbar.

Mas o que a fez prender a respiração foi o segundo bilhete, escondido sob o produto:

“Desafie sua rotina.
Escolha entre:
A – Usar isso agora.
B – Me encontrar no endereço no verso às 21h.
Sem promessas.
Só sensações.”

Seu coração disparou.

Seria brincadeira da loja? Uma ação especial?
Ou… o entregador?

Ela hesitou. Mas ao olhar para o espelho, notou que sua pele parecia mais viva. Os olhos, mais brilhantes.
Estava diferente.
Desperta.

Pegou o óleo. Espalhou nos pulsos.
O cheiro adocicado tomou o ar.
Quente, sensual, hipnótico.

Às 20h40, vestia um casaco por cima da lingerie nova que comprara junto.
Saltos. Cabelos soltos. Um leve batom vermelho.

Chegou ao endereço indicado. Uma porta entreaberta. Velas acesas. O som da mesma playlist.

Entrou.
E lá estava ele.

O mesmo sorriso de canto. Agora sem o boné. Sem os óculos.
Mas com aquele mesmo olhar que dizia: "Eu sei exatamente como tocar seus desejos."

— Você escolheu a opção B.
— E você planejou tudo isso?
— Só deixei o prazer encontrar o caminho.

Ele estendeu a mão.
Ela foi.
E, naquela noite, descobriu que um presente para si mesma pode ser só o início de algo muito maior.

Ela entrou.
O som ambiente parecia respirar com ela.
Velas acesas criavam sombras nas paredes — tudo era sugestivo, mas nada gritava.
Era um convite ao corpo. Ao toque. Ao arrepio.

Ele se aproximou devagar, sem pressa, como se soubesse que a antecipação valia tanto quanto o ato.
A mão deslizou pela cintura dela, por cima do casaco. Parou ali. Apertou suavemente.

— Posso tirar? – ele perguntou, com os olhos.

Ela assentiu.
E, num movimento silencioso, ele desabotoou o casaco, revelando a lingerie vinho, rendada, escolhida com dúvida... e agora perfeitamente encaixada naquela cena.

Ele sorriu, quase como se dissesse: “Sabia que viria assim.”

Ela sentia o próprio coração bater entre as pernas.

Ele a guiou até um colchão no chão, rodeado de almofadas e lençóis finos. Ela sentou. Ele se ajoelhou à frente.

Sem falar nada, passou os dedos nos pés dela, subindo lentamente pelas pernas, abrindo caminho com gestos suaves, mas seguros.

Ela fechou os olhos. Sentia tudo. O calor do ambiente. O perfume de baunilha que ainda vibrava em sua pele. A respiração dele, cada vez mais próxima.

Ele tirou a própria camisa. Tinha o corpo firme, mas o que mais excitava nela era a forma como ele a olhava — como se cada detalhe fosse digno de atenção, de desejo, de adoração.

Com os lábios, beijou a parte interna da coxa. Subiu. Parou antes de tocá-la onde ela mais queria.
Ela arqueou o quadril sem perceber, implorando em silêncio.

Então ele abriu um pequeno estojo ao lado: o bullet da Carnelian.
Ligou na velocidade mais baixa e o pressionou de leve contra seu umbigo. Depois, desceu em círculos lentos, como se escrevesse poesia com vibrações.

Quando ele finalmente encostou o bullet na beirada de sua calcinha, ela gemeu pela primeira vez — um som abafado, primal, inevitável.

Ele puxou a renda para o lado e soprou de leve sobre sua vulva antes de encostar o bullet no clitóris.

O toque era firme e lento. Como se ele quisesse que ela sentisse cada segundo, cada camada de prazer que se desenrolava.

Ela contorcia os quadris com movimentos involuntários, respirando com dificuldade, gemendo baixo.

Ele aumentou um nível da vibração. Beijava seus seios enquanto mantinha o bullet firme.

Ela sentia uma onda de calor crescer dentro dela. Era como um rio transbordando por dentro.

Quando estava prestes a gozar, ele parou.

— Não ainda.

Ela arfava, entre surpresa e fome.
Ele tirou a calça. Ela o olhou de baixo para cima, e tudo o que viu foi um homem pronto para devorá-la, mas disposto a fazer isso com reverência.

Ele a penetrou devagar.
Deslizou inteiro.
Ela gemeu mais alto.

Era como se tudo fizesse sentido naquele encaixe: o corpo dele dentro do dela, o bullet novamente em seu clitóris, agora com intensidade dobrada.

O ritmo crescia aos poucos.
Os gemidos se misturavam.
A música ao fundo parecia pulsar junto.

Ele sussurrava elogios no ouvido dela entre uma estocada e outra:
— Você é linda.
— Tão quente...
— Gosta assim?

E ela só conseguia gemer.
Gozou forte. Trêmula. O corpo todo latejava.

Mas ele não parou.

Virou-a de costas. Ajoelhada sobre os cotovelos, ela sentia o bullet deslizar novamente entre suas pernas, enquanto ele a penetrava com força e precisão.

Cada estocada era um golpe de prazer. Cada vibração, um sopro de delírio.

E então...
Ela sentiu a segunda onda vir.
Mais intensa. Mais profunda.

Ele gozou junto, arfando em seu pescoço, pressionando o corpo inteiro contra o dela.

Ficaram ali, imóveis, suados, em silêncio.

A respiração desacelerava aos poucos.
Ele a envolveu num abraço por trás.
Beijou seu ombro.

E apenas disse:
— Agora somos cúmplices.

Ela sorriu.
Sabia que não precisava de promessas.
Aquela noite bastava.

Mas talvez...
Um novo pedido na Carnelian a fizesse voltar.

Aurora Lys

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